Não voltarei pra faculdade como havia previsto pra esse primeiro semestre, mas em compensação, um antigo desejo pôde ser enfim realizado. Se der tudo certo hoje mesmo conhecerei minha nova morada no bairro universitário em Uberaba (sem crise ou sobrancelhas reviradas, eu também saquei a ironia), e estou muito feliz por isso. Enfim não terei mais de dividir meu quarto, poderei dormir na sala quando der na telha, receber meus amigos "estranhos" pra fazer "estranhezas" a noite toda e sempre que quiser, e o melhor de tudo, quando voltar pra casa do trabalho minhas coisas ainda estarão onde eu as deixei. Deve ser uma sensação épica.
Olhando por essa ótica até parece que estou querendo me livrar loucamente da minha cidade obsoleta ou de minha família histérica, mas isso não é verdade. Minha real intenção é apenas me desprender das coisas que ainda me tornam um jovem garoto dependente _porque em tese, não há nada de errado com a minha família. Só sinto que tá passando da hora de sobrepor a alcunha de apenas mais um jovem rapaz responsável e me tornar um legítimo jovem homem responsável. E morar com os pais no alto dos 19 anos pelo menos para minha consciência, não se encaixa muito nesse contexto a julgar por minhas aspirações. Tirando também o fato de que em algumas coisas meus pais e eu não nos damos em comum acordo.
Algumas pessoas ficam toda sua juventude pensando serem jovens demais pra tudo, gente mais velha vive lembrando* agente disso o tempo todo. Mas quero começar o quanto antes, pois sei que meu raciocínio é meio lento, e não quero ser um daqueles homens distraídos que vêem a vida passar voando enquanto perdem seu tempo precioso fazendo banalidades, e aos trinta e tantos anos ficam por aí cantando mocinhas e mocinhos na expectativa de voltar a ser como eles. Quero me desenvolver com a idade, aproveitando tudo o que cada momento de cada ano pode me oferecer, sem a intervenção de olhares preocupados com os buracos e lamaçais em que terei de pisar durante esses caminhos. Quero poder escolher o momento e as roupas que usarei nesse momento. Poder chegar molhado em casa numa tarde fria e chuvosa de quinta-feira com uma garrafa de vinho, comida e vontade de viver, sempre quando isso puder ou precisar acontecer, entende? É bem isso aí, somando a todos os demais desejos que tenho descrito por aqui nos últimos meses.
Apesar de tudo consigo ver uma luz confortável no horizonte. Posso não estar totalmente feliz, mas pelo menos, acho que estou satisfeito. Algumas coisas simplesmente não podemos mudar por escolha, mas fico feliz por pelo menos conseguir sonhar com o futuro que eu quero pra mim...
Novos Dias...
Porque o tempo voa...
domingo, 3 de fevereiro de 2013
domingo, 6 de janeiro de 2013
...Coração perturbado
A paixão é um sentimento sádico e nocivo, que como uma dançarina de cabaré pode te levar aos extremos do
prazer do corpo, iniciando-o nas mais intensas experiências ocultas, ou
destruir sua vida como uma lenta doença contagiosa ou um ato criminoso que te
condena para sempre à realidade maldita de um apaixonado fracassado.
Já o amor é bem mais que isso. É
a força que faz as pessoas ainda quererem conversar e se interessar pela vida.
Que nos faz sentir as perdas sempre com um dígito a mais no expoente. O amor é
a construção que resiste a qualquer tempestade, qualquer catástrofe natural ou forjada. Como um esconderijo secreto programado pra nos possibilitar viver sem o medo de perder tudo, além da vida, das lembranças ou da liberdade.
O que me tem me tortura, e
frequentemente tem tentado me matar. E o que eu espero de fato, simplesmente
está distante demais pra eu tocar com os dedos ou o suor das minhas palavras.
Queria me virar do avesso e simplesmente poder escolher amar a quem me ama, com
a mesma paixão e intensidade que sinto por esses degenerados que perfuram tão
duramente meu peito com seus deboches e pretensões não pensadas. Desisto de vocês.
sábado, 5 de janeiro de 2013
Novas ideias, novos tempos
Seis meses trabalhando com tanta gente e agindo absolutamente como outra pessoa, decidi que é hora de secar o rosto e entregar a toalha. Mesmo apesar de todas as inseguranças superadas e os desafios vencidos por esse novo caminho, notei também que ele vem tirando parte importante do que significa ser eu em vários aspectos.
O primeiro sacrifício necessário
foi o tempo. Nada mais do que eu amava fazer pôde ser preservado realmente,
pois depois de uma jornada de trabalho exaustiva em que eu precisava encenar
entusiasmo e alegria (mesmo estes não sendo os sentimento presentes), sem o
privilégio de me sentir mal ou entediado com isso, pois no outro dia teria de
voltar a falar sobre coisas supérfluas e ainda por cima ter de sorrir novamente.
Praticamente desaprendi a tocar
piano, faz meses que nem sequer chego a tocar nas teclas por assim dizer.
Tentei improvisar uma canção que tocava com carinho há um tempo atrás, e me
embananei todo com a clave de fá, procurei pela partitura e descobri que nem
lembro mais onde coloquei minha pasta. Não tenho desenhado mais nada daquilo
com o que sonhava quando criança. Só me lembrei das velhas histórias quando uma amiga das
antigas me presenteou com alguns desenhos sobre coisas de que conversávamos no
colegial, papos exotéricos, atores e humoristas de filmes antigos e cantoras dos anos 60 e 80...
Fiquei chateado com meu próprio descaso em esquecer meu passado.
Estive pensando em como tudo
mudou tão drasticamente, e como não era isso que eu queria pra minha vida. Mas
tenho um puto medo de me aventurar demais e perder tudo aquilo que nem conquistei, pessoas ,
lugares, memórias e alguns objetos também. Quero deixar meu emprego, mas não encontro coragem pra pedir demissão. Sinto e temo em prejudicar a organização e meu
chefe, mas ao mesmo tempo penso que
deveria pensar mais em mim e dar um segmento mais digno a minha própria consciência. Tenho medo também de faltar dinheiro, de não passar de novo no
vestibular, e nas coisas todas em que pensamos quando decidimos nos aventurar. Sonhos demais e pouca coragem, como sempre...
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Velhas Recentes Lembranças... II
Se eu realmente for morar sozinho como tenho esperança ano
que vem, definitivamente terei de aprender a ser mais prático. Uma das
grandes vantagens de se estar fazendo Contabilidade, é que o curso têm me preparado
pra administrar meus próprios gastos também, me tornando um pouco mais avarento
do que de costume, me deixando com a consciência pesada ao adquirir produtos de importância e necessidade duvidosa.
Só tenho que aprender a parar de queimar dinheiro como tenho
feito com a academia e com as batatas fritas da faculdade. Se tem outra coisa
que falta aprender realmente, essa é o compromisso, sem grana sem batata, academia paga é
academia frequentada. Chega do “ta tudo bem” sem sentido, eu ganho muito pouco e ainda não
consegui arrumar um emprego decente, então cada centavo vale ouro.
Esse feriado prolongado serviu de combustível pra minha
caminhada. Passei a noite de sábado com alguns amigos na casa de um deles,
assistindo filme e comendo besteira, tudo o que eu mais desejo depois de uma
longa e exaustiva noite como foi a da véspera. No domingo me sentei com uma amiga num
barzinho pra ajudá-la a superar um infortúnio romântico que teve naquele dia,
convidamos o violão branco da Joice e duas companheiras engarrafadas da serra Gaúcha
da marca Canção. Naquela mesma noite
revi um amigo da época em que eu fazia kung-fu e que hoje mora em outra cidade.
Conversei tanto com ele que me esqueci o real motivo de estar ali, então nos
despedimos e depois do vinho rumamos para um café, onde ficamos até a hora da despedida.
Minha segunda se arrastou por anos e demorou muito a passar,
estava um frio tremendo, uma densa camada de neblina cobria tudo, eu mal
consegui ver o jardim da minha casa e o vento cortava como aço. Nesse dia
fiquei em casa o dia todo com um livro do Irvin Yalom chamado a Cura de
Schopenhauer, um filme nacional chamado Desenrola e um estadunidense chamado
Orações para Boby (este baseado em fatos reais). Fiquei a maior parte do dia
refletindo sobre a morte e o valor que esta conferia à vida.
O feriado foi magnífico. Tomei café da manhã no Café e
Cultura no Colégio Allan Kardec, revi uns amigos, almocei na casa da Nona
Emillia e provei de sua polenta mágica e seu feijão milagroso. Atualmente apenas
uma tia e uma prima vivem na casa da cidade da minha família, mas ontem
vieram tantos que a casa mal conseguiu comportar a todos. Conversei com a tia Sandra (que
é formada em contabilidade e já está concluindo um segundo curso) sobre Ciencias
Contábeis, Coloquei todo o papo em dia com minha prima Bruna, falamos sobre
livros, animes e seriados “lendários”, pude rever meus avos e minha familia de Franca e Uberaba. O Marido da tia Nicinha, a Tia que ainda mora na casa, levou
a planta da nova casa deles, vai ser construída bem na rua onde morei quando
criança até os sete anos de idade. Isso me fez refletir sobre o que vai ser da
velha casa colonial de paredes pastel e janelas em madeira verde. Tenho medo de perder mais um grilhão que me
liga ao passado, aquele delicioso glacê com bala de goma e os quadrinhos da turma da mônica numa estante de madeira da velha casa. Esses sentimentos, esses cenários, essas lembranças, essa situação... Realmente deixam a vida com cara de outono. Um triste, reflexivo, mas agradável outono.
Manhã de 02-05-12
Manhã de 02-05-12
Velhas Recentes Lembranças... I
Depois de um porre de vinho ontem à noite, acordei faminto e
morrendo de dor de cabeça. Uma amiga precisou de mim, e o melhor que pude fazer
foi dar alguns conselhos de um fracassado sentimental, acompanhá-la em algumas
garrafas de vinho e em canções antigas de artistas de outros tempos.
Depois de acordar me deixei perder em uma breve memória da
década de oitenta, na vida de um dos meus ídolos mais queridos. O Grande Cazuza
era uma fábrica de amor, um delinqüente carinhoso e inconseqüente, mas que pra
mim é a própria personificação do amor.
Quando ele morreu eu mal era nascido, mas minha
afinidade com sua poesia é tão grande que
se tivesse vivido em sua época o teria idolatrado e provavelmente pedido em
casamento sem pensar duas vezes. Fico pensando na forma com que ele
administrava seu amor, tantos loucos se acabando pela falta deste, ele com
tanto sobrando e pronto pra distribuir a quem quisesse de graça... É verdade
que por muitas vezes ele foi imprudente, mas será mesmo justo alguém tão bom
morrer por amar demais? Por que devemos sofrer tanto com a morte se
supostamente viveremos pra sempre em algum outro reino distante depois de
morrer? Pra mim isso sempre foi muito contraditório, é uma visão que
desqualifica totalmente o verdadeiro valor da vida.
Acho que ter pensado no Cazuza esta manhã me fez despertar
pro verdadeiro sentido de se estar realmente vivo, pois não sabemos até quando
essa vida vai durar, nem se foi válida alguma coisa do que fizemos. Então, será
mesmo que ele errou ao viver tão apaixonadamente e se entregar tão facilmente
aos seus excessos? Não será essa nossa melhor opção, afinal se morreremos de
qualquer forma algum dia, não é melhor que seja dando algum valor real a nossa existência?
Ter de viver à sombra do que as pessoas esperam de você é
desesperador e deveria ser qualificado como um crime hediondo. Por qual motivo
alguém se preocuparia tanto com quem eu beijo ou deixo de beijar, se vou me
casar, se vou ter filhos. Talvez pra muitos essa seja uma imagem muito bonita e
representativa do que é a verdadeira
felicidade, mas será que não percebem a covardia que é pressionar alguém a
fazer da própria vida algo para ser admirada por outras pessoas, pela simples e
egoísta vontade de ver um reflexo de um desejo pessoal seu? Chega a soar repugnante.
O Cazuza jamais esteve sozinho, encontrou a felicidade em
cada um de seus amantes e amigos, mesmo o responsável por transmitir-lhe a
praga da década chegou a representar algo pra ele em algum momento de sua vida.
E esse foi seu grande troféu. Não ter contraído AIDS ou ter morrido tão
miseravelmente como morreu, mas ter amado tão intensamente a ponto de fazer
nada mais valer a pena. Ter amado mais que qualquer um conseguiria em uma vida inteira
longa e saudável, ter amado mais e além de qualquer fronteira, amado mais do
que seu próprio corpo conseguira suportar. Eis a finalidade da vida. Entrega.
Manhã de 30-04-12
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
João de Barro
De tantas, essa é uma das canções que mais me toca. Mesmo com tão poucas estrofes, ela me dá segurança pra esperar sempre um dia seguinte, com humildade e romantismo...
Demorou pra cair a ficha...
Falta pouco
mais de um mês para o meu aniversário de 19 anos. Já me sinto um adulto
legítimo e até com objetivos mais maduros, mas ainda não consigo me
desvencilhar do espírito adolescente de sonhos inacabados. Posso dizer que
muito (ou quase tudo) do que estou vivenciando neste momento não estavam nos
meus planos há exatamente um ano atrás, quando temia alcançar os 18 e
arquitetava planos realmente ambiciosos.
Mas também
não posso mentir que algo mudou pra melhor. Enfim consegui um emprego (aplausos),
como promotor de vendas de uma operadora de telefonia móvel em uma loja regional de
eletrodomésticos, mas em compensação acabei abandonando a faculdade. Nunca
pensei que seria tão difícil lidar com essa abstinência acadêmica. Abdicar dos esboços que dariam luz há minha vida "ideal" de contador bem sucedido,
com meu apartamento branco no vigésimo andar de um bom prédio de uma boa cidade
com vista pro mar ou pro campo, com uma deliciosa área verde em que eu pudesse
pedalar de manhã e nos finais de tarde, conhecer a pessoa e certa e ser feliz até
que a vida resolvesse me pregar outra peça. Sinto-me um incompetente por estar
a tanto tempo parado, já fazem mais de três meses e meu espírito clama pela segurança
do ambiente estudantil.
Às vezes eu
ainda paro pra me perguntar o que eu estou fazendo da minha vida, mas fujo da
resposta me isolando no grande projeto ilusório que compõe o mundo real. Acho
que sou inconstante demais pra tomar decisões a curto prazo, e acredito que isso
esteja retardando um pouco meus passos para algumas direções que
deveriam me levar há vida saudável e desejável que idealizei.
Enquanto meu
salário tem sido destinado à algumas despesas ridículas e dispensáveis, meus
verdadeiros objetivos estão ficando em segundo plano. Mas uma vez estupidamente
me distraí com a paisagem de um modo de vida enlatado sem conservantes e com sódio demais pra comer puro. É, me ferrei por enquanto, mas mês que vem tem ENEM de novo.
Talvez até lá eu tenha alguma novidade.
19-10-12
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